Ainda me surpreende a falsidade das pessoas. Recentemente me encheram de elogios, e depois descobri que por trás dessa “bondade” se escondiam dentes afiados. Felizmente, consegui evitar o destino de uma boneca manipulada.
Um dia, durante a pausa para o almoço, minha cunhada Ewa me ligou. Pediu que eu levasse roupas velhas e brinquedos para os filhos dela. A Ewa tem três filhos de pais diferentes, e eu nunca entendi como alguém consegue viver assim. Vive pedindo ajuda, enquanto meu marido, Adam, costuma dizer que ela “melhora o genótipo do país”.
Quando cheguei com as coisas, Ewa começou a reclamar que eram “lixo”. No início fiquei ofendida, mas no fim ela acabou aceitando tudo. Conversamos e Ewa confessou que é difícil criar três filhos sozinha. Pensei comigo mesma que, se eu comprasse um carro novo, poderia dar para ela o meu velho Honda.
Naquela noite, eu estava preparando o jantar para uns convidados. O clima era alegre na mesa, mas de repente percebi que Adam e Ewa tinham saído do cômodo. Resolvi ver o que estava acontecendo — e ouvi a conversa deles escondida. Adam reclamava de mim para Ewa e dizia que queria me trocar por outra mulher. Foi um choque.
“Espera até a tua esposa passar o carro dela para o meu nome — e depois larga ela”, disse a Ewa.
Entrei no quarto e entreguei para Ewa um brinquedinho de Kinder dizendo que era o “Honda” dela. Depois olhei para o Adam e perguntei: “Você tem duas casas agora?”. A Ewa, com um sorriso, repetiu: “Espera até a tua esposa passar o carro para o meu nome — e depois larga ela”. Aquilo foi a gota d’água.
Depois disso, decidi expulsar os dois de casa. Quando fiquei sozinha com a minha família de verdade, entendi que família de verdade é quem te ama sem condições. E que eu não quero ter nada a ver com gente como Adam e Ewa.