Certo dia, entrei para comprar buquês para minha esposa e minha filha, e notei um senhor idoso na entrada. Ele usava um casaco antiquado e calças cuidadosamente passadas, o que mostrava sua simplicidade e aparência digna. Seus olhos expressavam serenidade, apesar da idade.
Ele se aproximou da vendedora e perguntou educadamente quanto custava um galho de mimoza. A resposta da vendedora foi surpreendentemente ríspida:
— Isso é caro demais para o senhor — disse ela, sem sequer olhar para ele.
Com calma, o senhor tirou algumas notas amassadas do bolso e pediu algo mais barato. A vendedora, visivelmente incomodada, lhe entregou um galhinho de mimoza já meio murcho e danificado.
O homem o recebeu com gratidão, mas percebi como tentava alisá-lo nas mãos, e havia uma certa tristeza em seu olhar. Como se não soubesse exatamente como lidar com aquele simples gesto de afeto. Fiquei comovido com a situação e decidi intervir.
Fui até a vendedora e perguntei o preço da cesta inteira de flores. Após ela informar o valor, paguei pela cesta e a entreguei ao senhor, dizendo:
— Por favor, aceite estas flores. Tenho certeza de que trarão alegria à sua esposa.
Ele ficou tão emocionado com o gesto que não conseguiu conter as lágrimas. Continuamos conversando, e me ofereci para ajudá-lo a comprar um bolo e uma garrafa de vinho na loja próxima.
O homem aceitou minha ajuda com gratidão e contou que está com a esposa há muitos anos, mas que ela está doente. Queria que o aniversário dela fosse especial, apesar das dificuldades. Disse que, mesmo com pouco dinheiro, aquele momento era importante para ele — mostrar à esposa que ela ainda é amada e valorizada.