Nico, de dez anos, voltava da escola para casa. Já estava frio, mas ele decidiu caminhar ao longo do rio — muitas vezes cresciam ali belas flores da primavera, que ele gostava de levar para a mãe. De repente, notou uma senhora idosa sentada sobre uma pedra, bem à beira d’água. Parecia cansada e um pouco perdida.
— Boa tarde, está tudo bem? — perguntou Nico com cautela.
— Ah, menino… Acho que me perdi um pouco. Queria chegar até a vila, mas talvez tenha virado no caminho errado. Sentei para descansar e agora não sei para onde ir — respondeu a mulher com tristeza.
Nico não hesitou — sabia que por perto não havia ninguém além de sua mãe, Anna, que sempre ajudava os outros. Correu rapidamente para casa, contou tudo, e voltaram juntos com um cachecol quente, uma garrafa térmica com chá e um carrinho.
A mulher se chamava Elza. Anna sugeriu que ela descansasse um pouco em sua casa. Elza, relutante no início, acabou aceitando. Depois de um jantar quente e uma boa conversa, Elza contou que estava indo visitar seu filho mais novo, mas teve uma discussão com a nora, que simplesmente a deixou na beira da estrada “esperando o ônibus”, sem dizer para onde ir. Elza não quis culpar ninguém, apenas disse que “provavelmente não se entenderam direito”.
Anna a escutava com empatia, e Nico passava pelo quarto o tempo todo, oferecendo ajuda. Após alguns dias, Elza se sentia melhor. Descobriram que ela tinha sido professora e, com alegria, começou a ajudar Nico com os estudos.
Quando a escola organizou uma cerimônia, Anna convidou Elza para ir com eles. Na festa, apareceu um convidado inesperado — um homem chamado Mark, que veio representando a administração local. Quando Elza saiu para parabenizar as crianças, ele ficou paralisado — reconheceu nela sua mãe.
— Mãe?! Estou te procurando há dois dias! — gritou ele, abraçando-a.
Descobriu-se que ele achava que ela já havia chegado à vila e estava segura. Quando percebeu que algo estava errado, começou imediatamente a procurá-la. A esposa do irmão dele, que havia deixado Elza no ponto, disse que a senhora tinha saído de casa sem explicação.
Mais tarde, Mark agradeceu a Anna e a Nico pela ajuda. Foi até eles com um buquê, uma cesta de frutas e até um presente para Nico — uma bicicleta nova.
— Somos muito gratos a vocês — disse ele.
A partir de então, passou a visitá-los com frequência. E depois de alguns meses, a relação entre ele e Anna se transformou em algo mais. Casaram-se, e no ano seguinte Nico ganhou um irmãozinho.